Quem são os deputados do PL que o STF formou maioria para tornar réus
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os parlamentares atuaram pela "comercialização" de, ao menos, R$ 7 milhões em emendas

A Primeira Turma do Supremo Tribunal
Federal (STF) decidiu, no último sábado (08), por maioria, aceitar a denúncia
contra três deputados do Partido Liberal (PL), por organização criminosa e
corrupção passiva, por meio de emendas parlamentares.
As investigações se iniciaram em
2020, quando o então prefeito de São José do Ribamar (MA), Eudes Sampaio,
resolveu denunciar uma cobrança de 25% do valor de emendas que o município
recebeu para a saúde.
Veja quem são os
deputados:
Josimar
Maranhãozinho (PL-MA)
De acordo com a investigação, o
deputado do PL, Josimar Maranhãozinho, junto dos outros três parlamentares, estava “no topo” de uma
organização criminosa voltada para a negociação de valores.
Segundo a denúncia, há elementos que
comprovam a troca de mensagens entre Josimar e os demais deputados envolvidos,
com informações sobre dados bancários para o depósito de vantagens obtidas.
Os investigadores concluíram que ele era o líder e
tinha, como responsabilidade, controlar a destinação das emendas e também os
recursos dos demais deputados.
Ele, que é empresário, natural de
Várzea Alegre, já atuou na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa
Nacional, além de ter sido titular na Bancada Negra da Câmara.
Pastor Gil (PL-MA)
A investigação da Polícia Federal
(PF) aponta que o desvio de emendas incluía também ameaça a prefeitos,
afirmando que alguns chefes do Executivo municipal chegaram até a fugir de
medo, o que é constatado em uma troca de mensagens de Pastor Gil com Josimar
Maranhãozinho.
Alguns prefeitos, de acordo com a PF,
resistiam em aceitar o pagamento da propina, por meio de agiota, em troca de
emendas aos municípios. Nesses casos, os parlamentares entravam em cena.
“A partir de então, os deputados
federais Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil passam a agir pessoalmente para
convencer o prefeito”, relatou a denúncia.
Pastor Gil é natural de São Luís e
integra a Bancada Negra da Câmara dos Deputados, além de já ter sido titular da
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da Comissão de Educação,
da Comissão de Saúde e da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade
Racial.
Bosco Costa (PL-SE)
Ainda de acordo com o processo da PF,
o trio teria atuado para “comercialização” de pelo menos R$ 7 milhões em
emendas.
O deputado Bosco Costa estava junto
de Pastor Gil e Josimar Maranhãozinho “no topo” da organização criminosa.
Por meio de nota, a defesa alegou que
o deputado “não foi autor de nenhuma emenda parlamentar destinada ao município
de São José do Ribamar (MA), o que pode ser facilmente comprovado por meio de
análise documental do processo. […] Bosco Costa reafirma seu compromisso com a
verdade e coloca-se a inteira disposição da justiça para todos os esclarecimentos”,
afirmou.
Bosco Costa é da cidade de Itabaiana
e também integra a Bancada Negra da Câmara dos Deputados. Também já foi titular
de diversas comissões, como a de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural; de Política e Mobilidade Urbana; de Reforma
Administrativa; e outras.
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